segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um berlinde e um pesoço

A mangueira deu-lhe a volta à cara, prolongou-se para o pescoço e lá ficou, pensei inicialmente em colocá-la em cima dos ombros, enfim, aliviar o peso, mas depois tirava todo o objectivo do próprio peso, o circulo vicioso que é o preconceito, é nisso que eu me vou basear. No entanto queria torná-lo mais evidente, queria que percebessem que dentro daquele circulo algo ficava a girar, por isso inseri uma bola na mangueira, assim sai da cabeça a grande velocidade como todos os pensamentos e quando chega à garganta não pode sair, não por ela não querer mas por não poder, assim que a bola entra no círculo já não sai. É aí que entra o simbolismo do labirinto, podemos então considerar o pensamento de um mulher barroca um Minotauro e a bola esse pensamento? Sim, chamemos-lhe assim, o Minotauro tem de se prender. Criemos então esse labirinto mas vamos dar-lhe um centro, uma hipótese de fuga, não será isso pior que mantê-lo num circulo fechado, dar-lhe esperanças de alcançar algo quase impossível? Acho que é pior saber que há uma fuga possível, mesmo que não a encontremos por isso não vamos desistir de a procurar, se por outro lado não houver fuga, descansamos e arranjamos algo útil para fazer... Sei lá, vamos ler um livro. Um Minotauro pode ler um livro? Tenho que tentar não me dispersar, estava a dizer que  o método conceptual que é o pensamento da mulher é como um Minotauro, não em termos de pensamento claro, mas pelo facto de ambos serem colocados num labirinto, um merecedor do seu castigo outro apenas uma mulher, uma mulher que pensa o que não deve.
Pareceu-me uma maneira muito literal de colocar um tipo de questão tão batalhado. Bah, não me apetece fingir mais que me interesso, afinal, para quem é que não me interesso?

1 comentário:

  1. reparei agora q o inicio parece a tua cabeça com a bola a andar a volta. achei q devias saber. hahah

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