segunda-feira, 23 de maio de 2011

De repente dei por mim a viver no mundo a parte. 8 meses passaram desde o primeiro encontro com a paisagem, a 1 minuto começou a observação da realidade. 
Eu sentada no banco da varanda, em frente duas pessoas comem com as mãos as 22 e 30h da noite, mais abaixo alguém lava os pratos e ainda mais abaixo duas pessoas conversam numa fonte. De que tanto falam elas? Parecem sempre os mesmos todas as noites, em que esta a pensar aquele senhor que acabou de passar a fonte? Nos homens que conversam, pelos quais acabou de passar? Sera que chegou mesmo a reparar neles ou também vai precisar de mais 8 meses para realmente começar a ver?
Abriu a janela, saiu para a varanda, reparou que eu o observava... Voltou a entrar, sentou-se longe do alcance dos meus olhos mas manteve a janela aberta, não fechou a janela que me fez começar a ver. Gostava que aquela nuvem em cima de mim visse o que eu estou a ver... Ou nunca vai acontecer ou sempre aconteceu...
Não e produtivo viver no mundo oposto, a não ser que estejas comigo. Mas tu vais estar sempre comigo, devemos continuar isolados ou juntar-mo-nos a eles, aqueles que vêm? Aqueles que são vistos?
Agora estão os dois a janela e olham para mim. De que tanto falam eles? Sabem que estou a escrever. Sabem que estou a escrever sobre eles? Claro que não... Quem e visto não vê. Haverá alguém que me vê? Não sei se tu me vês, não quero saber, prefiro que isso continue sempre um mistério para mim, pois podes não me conseguir ver...

Inconjuntos

Em perfeito equilibrio com o novo, a abjuraçao da mais natural das origens, em associaçao com o ferro, em recusa com o nu.
Folhas, pés, cadeira, osso e não quero saber de mais nada.
Vamos ver um filme e matar um grilo.
Comprar uma caneta e queimar um livro.
Ter um filho e matar um pai.
A putrefacção do que me atinge, a escala que alcançou, a vulnerabilidade e insignificância a que eu, enquanto tu, enquanto grilo me encontro.